As IV Jornadas de Bibliotecas Escolares, que foram promovidas pela Escola Secundária de Viriato, em Viseu, e aí realizadas, propuseram-se fundamentalmente a avaliar o funcionamento das Bibliotecas escolares da região. A iniciativa contou com a presença mais de uma centena de especialistas que discutiram os melhores métodos e estrtégias para que "os alunos ‘descubram’ o caminho das bibliotecas, olhando-as como verdadeiras unidades de investigação."
"Falou-se na importância que as bibliotecas têm para o sistema de ensino/aprendizagem, colocando-o em patamares mais elevados, o que, inevitavelmente, à partida, traz mais responsabilidades no combate às literacias que a informação digital acoplou. O momento actual pede que se aprenda e empreendam acções que façam crescer e levem os utilizadores dos diversos meios de informação a pensar. ‘Não basta saber ler e escrever é preciso pensar e saber o que se lê e escreve, ou seja, ‘aprender, desaprender e voltar a aprender’, numa acção continua. ‘É aqui que a escola tem papel fundamental, levando à prática um projecto mais amplo, utilizando os melhores ‘fertilizantes’ para que os projectos educativos das escolas cresçam e se fortifiquem.
A representante do director escolar e do governo civil insistiu na necessidade de se desenvolver o ‘plano educativo da escola’, motivando também os professores para que os centros de recursos educativos não sejam ‘livros fechados’, atraindo toda a comunidade escolar para os seus conteúdos. Para que se possa tirar o necessário partido de tudo as acções terão que ser articuladas através de um trabalho em rede dentro da escola, incluindo as suas bibliotecas e as bibliotecas municipais, dando início ao longo caminho que é preciso começar desde já a percorrer, lutando intensamente por aquilo a que nem sempre é dada a visibilidade que merece e exige.
A representante do sector de Bibliotecas Escolares da Direcção Regional de Educação do Centro, adiantou que a ‘sociedade hodierna apresenta características de mudança permanente, fruto de um processo de globalização social económica, cultural e comunicacional, que exige transformações significativas nas formas de perspectivar a educação’. A ‘escola está inserida nesta realidade complexa em que o conhecimento se torna labiríntico e o texto, entendido como uma rede, se estende ao universo virtual’. A biblioteca escolar, como estrutura pedagógica, deverá ser assumida como um centro de recursos educativos ao serviço de uma contemporaneidade que, ‘consumida por esta vertigem da informação, produz um saber efémero’. Logo, ‘urge que a formação das crianças e dos adolescentes lhes permita obter plasticidade intelectual capaz de transformar a informação em conhecimento’, dado que o futuro da educação se constrói com a colaboração de todos. (...)
No decorrer das Jornadas, ao longo de dois dias, estiveram em foco diversas oficinas (16, ao todo). Falou de ‘tudo’, desde o ‘papel das Bibliotecas no combate às iliteracias’, ‘Como incentivar nos jovens o gosto pela leitura’, ‘Às voltas com o corpo: animação do livro e da leitura’, ‘Literacia da informação’, ‘A linguagem oculta do texto’’, etc.